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Mar em fúria

Por Dani Raphael


Ainda sinto a pele estremecer, como se nada fosse além de nervos descolados de seus músculos, bailando a dança das ondulações.

Tudo é turvo, frio e amargo, como um arroto que por instantes impede os movimentos involuntários da traqueia.

Paro, respiro  e respiro mais um pouco

Nada me acalma, nada acalma minha pele-alma, alma-sede, sede-fome

Nada me acalma

Como dentro de um mar em fúria, sou apenas mais uma onda que se arrebenta na praia, se desfaz em meios as rochas e retorna cheia de tudo que alguém esqueceu pelo caminho


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