Por Dani Raphael
Ouço a voz que vem de longe,
Vento, tempo
Nós
Uma mistura de gozos
Não vividos
Com o cheiro de angústia no ar.
As letras do teu nome
Ainda ecoam aqui dentro
E entre as minhas salivas
Sinto o gosto da tua língua
Que nunca provei.
Vento, tempo, vento
Sopre de mim essa desesperança
Essa ânsia pelos abraços não tidos
O cheiro do corpo que nunca foi meu
As marcas das unhas cravadas em minha pele
O nosso “nós” que nunca foi singular.
Ouço a voz que me aprisiona
Trazida pelas asas de um voo livre
E sinto que o ar se esvazia.
Imagem AI
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