Por Dani Raphael
No a(pagamento) do tempo, o sol brilha como se o ontem nunca houvera, como se as dívidas fossem apenas críticas sonhadas e não realidades vividas, e o sol brilha, e brilha mais um pouco, queimando os rastros que foram deixados pelo caminho da espera, iluminando um futuro criado no agora sem passado. E esta tudo feito, tudo consumado
O ontem, talvez o ontem não seja digno de ser lembrado, ou talvez se lembrado for, nos remeta ao soltar as mãos da esperança de algo que há por vir, mas o por vir é incerto, quando estou solta das minhas amarras, por que o fio que me prende ao mundo é a metáfora do início, e pensar que não há início, pois todo início se inicia no agora, me apavora.
E o sol brilha, secando as enxurradas e revelando a terra seca incrustradas nas curvas das avenidas,
E o que me resta é contemplar a terra e não a chuva que se fez passada, pois lembrar da chuva é loucura, já que os ciclos são como são, e não há culpa no que não É agora, e sem história não há motivo para retaliação, e só os loucos se mutilam re(acorrentando) seus pés.
Seja livre, seja livre, grita aquele que está assentado ao alto.
Imagem Pexels
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