O tempo vai passando e vamos deixando de notar; o mofo que cresce, as paredes que desbotam, o mato que engole o jardim. Vamos deixando de dar prioridade ao que é belo, vamos aceitando "as verdades"l impostas,de que ninguém nasce para ser feliz no agora, mas sim que nascemos para buscar a felicidade no "além".
Mas hoje resolvi olhar cada uma das paredes descascadas, cada trinco das louças de família que fiz questão de guardar, cada fotografia mofada dentro da caixa escura, cada roupa rasgada que guardei, só por não querer me desfazer e sem intenção nenhuma de usar.
Resolvi faxinar minha alma, e estou arrebentada, dolorida, pelo esforço de limpar cada uma das feridas formadas pelas porradas da vida, e foram tantas, tantas, que nem sei qual parte do meu corpo não contêm hematomas.
_bem, estou em pé, e isso já me vale muito.
Só peço em minhas orações que eu tenha forças para chegar até o fim, pois tenho muito a fazer. Sei que seria mais fácil jogar tudo fora e me fazer novamente, mas sei que essa essa nova versão, não seria mais eu. Então desta vez, decidi encarar a reforma, mesmo sendo esta muito mais cara e demorada, mas que me garante que no final da obra continuarei sendo eu, só que numa versão melhorada.
Por Dani Raphael
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