Por Dani Raphael
Tenho medo do escuro da noite que bate em minha porta, de olhar em seus olhos e me perder na imensidão que reflete o vazio do meu eu.
Tenho medo do silêncio que a lua traz em seus lábios, selados em melodias que entoam as falas que nunca ousei dizer.
O vento da noite é frio e mesmo assim sinto que queima minha pele, abrindo novas feridas a cada novo anoitecer
Me deixe sonhar acordado, em súplicas declamo a poesia- oração, me ensinada no ventre por um antigo poeta, que ousou dizer meu nome enquanto eu nada era além de feto em formação.
Não posso negar que tenho medo do escuro da noite que bate a minha porta, do vento que sopra meu nome, e dos poetas que ainda vivem por aí, declamando profecias.
Me deixe sonhar acordado, me oro em desespero, enquanto conto as voltas dos ponteiros, em um, dois, três segundos...
Quatro, até me encontrar no amanhecer.
Imagem pexels
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