Por Dani Raphael
Em quanto me afogo no meu mundo covarde, o menino da esquina grita: _Corre! Dentro desta caixa estampada com flores, Não vejo nada maior que minhas dores, Nada, além do supérfluo que se faz real. Enquanto brinco com o dicionário de palavras difíceis, O menino na escrita chora Por não saber ler. Mundos fechados como os meus existem aos montes Tão rijos que deixam de ser engolidos pela massa Mas jogam diariamente seus excretos pelas valas Onde o menino ainda grita: - Ele não fez nada, só queria um pedaço de pão.
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