"Mais um texto, mais uma frase solta, sobre o que pensamos ou devíamos ser.
Fico aqui me questionando até quando o que falo não é o que faço.
Até quando vou manter meus sentimentos guardados numa caixa; se a todo instante eu digo ao meus amigos:
_ Ei meninos, se abram para a vida.
Neste desconexo entre meus lábios e meus dedos vou escrevendo o que sinto na superfície. Pois se tentasse escrever minhas verdades, me perderia dentro do labirinto que criei para me esconder de mim.
Dizer que não me enquadro é meu próprio preconceito com a sociedade que me sustenta.
Pois sou filha dos meus vizinhos, amigos e parentes. Sou descendente dos meus grilos, dos dedos apontados, dos julgamentos julgados.
Vivendo uma liberdade que muitas vezes não compartilho.
Vejo que o meu ser livre se refere muito mais as minhas vontades do que os desejos alheios.
Nestas últimas linhas, me vejo como mais uma hipócrita que dança sozinha, as músicas que ainda tocam todo sábado a tarde no chafariz da praça.
Falamos de liberdade, sem sermos livres.
Impondo a sociedade um respeito que não temos conosco.
A luta é grande meu amigo.
Mas a maior luta ainda é a que travamos todos os dias contra nós mesmos."
Dani Raphael
Imagem site Pexels
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