Por Emilson Cordeiro
Noite escura
Caminho sózinho
Por ruas estranhas
Casas antigas
Silêncio da noite
Uma coruja a chirriar
Num palanque
Diz a lenda
Alguém dali morrerá
Me assusto
Continuo a andar
Noite sinistra
É um sábado
Adiante surge
Uma neblina
Continuo
Entro em ruelas
Uma a uma
Vejo becos
Por onde entro
Num e saio em outro
Continuo
Uma criança chora
Na casa ao lado
Passo adiante
Sigo
Na esquina
Um bar
Meia luz
Moças arrumadas
Acenam pra mim
Aceno e continuo
Adiante viro a esquerda
E sigo ladeira abaixo
Volta o silêncio
Neblina mais baixa
Vejo pouco adiante
Continuo
Passos largos
Medo talvez
Perdido pode ser
Ainda não sei
Mais sigo
Na rua antiga
Paralelepípedos
Escorregam
Mais sigo
Chapéu molhado
Sobretudo me cobre
Continuo
Neblina sobe
E onde me encontro
E agora
Que faço
Uma encruzilhada
Que caminho sigo
Se nem sei pra onde estou indo
Só sai caminhar
Numa noite escura nada mais
Mais e agora
Pra que lado sigo
Direita ou esquerda
Bom decidi
Meu caminho
E você
Para que lado
Iria seguir
Na sua andanças
Numa noite qualquer.
Poeta Emilson Cordeiro
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